UMA SAUDADE ETERNA
Enquanto lá no céu, passeando entre as nuvens
A lua aparecia e desaparecia
O silêncio que adentrava pela noite nos causava nostalgia
Ao tempo em que nos proporcionava uma sintonia de paz
De cumplicidade, e até um certo relaxamento
Levando-nos à refletir sobre o acontecimento de episódios
Fatos, e situações do nosso dia-a-dia...
Era muito comum eu e o papai ficarmos assim
De frente um para o outro, conversando horas a fio
Recordando épocas, papeando sobre o passado e questionando
Nossas atitudes, às vezes tão iguais, ou simplesmente parecidas
Diante de sentimentos contidos e incontidos
Dos nossos sonhos e emoções
Cujas venturas e desventuras foram tantas...
Sorríamos às gargalhadas ao contarmos as peraltices
Que praticamos às escondidas enquanto crianças
Relembrando dos lugares e das pessoas daquela época
Assim, sem delongas, falávamos com emoção
Das nossas reminiscências, sorrindo, chorando, ou em silêncio
Aconchegados, um nos braços do outro...
Àquela noite que vivi, foi uma das mais inesquecíveis
Dentre outras que marcaram a minha vida
Lembro que a madrugada adentrava-se apressada
E o crepuscular nem sonhava amanhecer ainda
O sereno da estação refrescava nossas lembranças
Flexionando-nos, sem limites, diante de mil chances
Para novos devaneios...
Hoje, segundo domingo de agosto, Dia dos Pais
Sinto uma saudade imensa da sua companhia
Das estórias engraçadas que costumava contar
Das experiências que transmitia com simplicidade
E da firmeza na pronúncia da palavra final
Expressão exclusiva, daquele pequeno grande homem!