Saudade
O córrego frio aos pés mingua de tristezas
Mulheres caladas submissas, lavam suas roupas no rio.
O tempo nem chove, só venta.
As meninas tiram remelas dos olhos
E nem ligam aos viajantes que passam.
Os homens alugam barcos para os passeios.
Entre o riacho e o mar, cavalgam gringos.
As sedosas morenas navegam nuas em mar aberto,
Sem medo de algas e redes de pesca.
O amor adormecido espera esfriar o sol
Acalentando o desfecho da rebeldia.
Mais um dia em Trancoso, Bahia.
Hoje vai dormir no colo do sereno.
A vazante da maré
É Lua cheia que tripudia.