Escuridão
Não estava escuro,
Não, eu não sabia.
Vestes daquele silêncio,
O mais incrédulo, o mais profundo...
Não restaram certezas,
Não, eu não vivia.
Sob o olhar atento daquele retrato de parede,
Tão envelhecido...
Não pude entender,
Não, eu não queria.
Ventava enquanto era chuva,
Sem ao menos, me preocupar...
Não estava escuro,
Não, eu já não sentia.
As frias tardes daquele quase outono,
Minha carne vegetando, minha alma tão vazia!