DESCANSO DE UM REI

Abra os olhos rei!

essa poesia é tua

eu bem sei da tua vida

nada sei da tua ida

mas bem sei da tua luta

da labuta dia a dia

Abra os olhos rei!

essa poesia é tua

é o teu filé mignon acompanhado de salmão

em homenagem ao pão que de ti distanciava

se ocultava todo dia

Abra os olhos rei!

essa poesia é tua

eu bem sei da tua vida

das idas e vindas

sem pompa, nem carnaval

sem vestígios, nem sinal

sem ouro nem prata

nem contos de fada

sua coroa o orvalho

seu bastão uma enxada

Abra os olhos rei!

essa poesia é tua

é teu despertar na madrugada fria

sem ira, rancor, nem burocracia

apenas uma rude canção

alimentando as tuas ilusões

Abra os olhos rei!

ouça, veja os rojões,

eis o teu merecido descanso.