O MUNDO E ELE

Ele ficava feliz

E o mundo todo o imitava;

Quando ele acordava bem humorado

O dia amanhecia mais bonito;

Se os pássaros cantavam da manhã até a tarde

Era por ele ter passado o dia assobiando.

Ele respirava fundo num sorriso

E a brisa corria suave e amena.

Quando à tarde ele se espreguiçava com satisfação

As estrelas sabiam que era hora de aparecer.

E se ele ficava pensativo

O mundo se enchia de filosofia.

Um dia ele me olhou nos olhos

E eu me vi todo nesse olhar.

E quando seus olhos se fecharam

A noite se fez completa,

As estrelas rolaram como lágrimas do firmamento,

E as nuvens cobriram todo o céu

E apenas uma janela se abriu

Para o sol iluminar seu leito.

E naqueles olhos fechados,

Sonhadores de sonhos nunca sonhados,

Senti-me um adulto acordando...

Hoje, o sol ainda brilha,

As estrelas aparecem de novo,

Há dias tão belos quanto os de antes

E os pássaros recordam velhas canções

Isso me faz saber mais do que acreditar

Que ele continua a cantar,

A sorrir,

A pensar,

A viver.

Para uns ele era um amigo,

Outros o chamavam de irmão,

De alguém ele foi o filho,

De um outro alguém foi coração.

Mas se de mim quiserem saber

Eu direi simplesmente:

“Ele era meu Pai.”

Em memória de Nivaldo de Oliveira Cardoso

Glaucio Cardoso
Enviado por Glaucio Cardoso em 13/08/2006
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