ARROZ DOCE
Saltita um casal de melros,vai saltitando
Na faina contruindo o ninho
Enquanto eu aqui pertinho vou recordando
O princípio do meu caminho.
Ah! Hoje fiz arroz-doce!
E no fim rapei o tacho
Foi tal qual como se fosse
Pequenina, assim me achei ou acho!
Falei com minha mãe:
Mãe quem rapa o tacho sou eu!?
Que gaiata lambareira.
De cresceres não há maneira?!
Lembro também:
Minha mãe tinha um vestido
De popeline alaranjado
Já um pouco poído
E até já um pouco desbotado.
A memória mostrou-me o que desejava
Até ouvi a voz, enlevo ou fantasia?
Durou um pouco, minha mãe falava
Foi imaginação, passou por mim a alegria.
Foi bom este meu querer
Foi calmo este meu recordar
Saudade sempre vou ter
E vontade para o tacho rapar.
Recordar o passado
Me faz sorrir, e traz saudade
Fui lembrar o arroz doce açucarado
E de quão tenra era a minha idade.
natalia nuno