Temporais
Num sonho, vagavas:
As folhas das árvores
colavam-se ao corpo,
sem medo, corrias
ao encontro dos temporais.
Ventos gelados sopravam poemas,
palavras borbulhavam na boca.
Dançavas alegre.
Nos ares, gestos
desenhavam adeus.
Estavas livre das minhas garras.
Gritos feriam a noite.
O amor que se derramava
fez-se fonte e secou.
Mergulhado em silêncios
Ainda guardo teu nome
colado às pedras.