Numa noite fria

Quando voltava para o lar

Vi que na rua ninguém havia

Mas avistei ao longe um bar.

O desejo de entrar de mim se apossou

Mas ao mesmo tempo tentei evitar

Mas a saudade no peito me sufocou

Acabei então de por lá adentrar.

Vi que as mesas estavam cheias de desenganados

Sofrendo a dor de uma separação

Juntei-me então aos desesperados

E num copo de vinho sufoquei a emoção.

Esqueci a volta do meu caminho

De tão embriagado que fiquei

Mas que importa se não teria mesmo o carinho

Daquela que um dia tanto amei.

Será que quando sóbrio lembrarei

Da noite de tristeza e amargura

Noite triste que passei

Jogado numa taberna escura.

Será que a mulher que um dia

Foi toda a minha inspiração

A dona da minha poesia

Terá deste pobre ébrio compaixão.