Eterna Busca

Quanto mais corro esse mundo sem fim...

Pergunto-me onde poderei encontrar essa sombra tão serena.

Arrancar da minha face um sorriso que aos poucos desaparece,

E tirar dos meus olhos um rumo tão longínquo.

Nestas sombrias pontes que cortam minha vida,

Que dividem meus extremos e formam abismos em meus pensamentos,

E fazem minhas escolhas caírem eternamente nas profundezas do medo.

Quanto mais me prendo nesse laço de sonho,

Aproximo-me desta eterna distância que me separa daquela voz.

Confusa e doce lembrança deste amanhecer,

Correria o infinito em busca de uma miragem de suas mãos,

Mas apenas deixo pegadas naquelas trilhas tão solitárias,

Onde eu nunca olharia para trás.

Quanto mais busco um pedaço da sua saudade,

Metade de mim se esvai pela tristeza de nunca encontrá-la.

A verdade assemelhou-se a uma foice impiedosa,

Retalhando as cordas do meu coração.

Se dessa música eu pudesse ouvir por um instante,

Restaria uma gota de amor, para tocar uma vida inteira.

Quanto mais distante me afasto dela...

Menos sinto o sopro da vida em minhas lágrimas.

Um enlace maldito que consome meus olhos,

Despedaça as amarras que seguram incrédula dor,

Desfaz o som que ecoa pelas paredes do meu esquecimento.

Agora, poucos são os vestígios de quem eu sou,

Apenas palavras que se desfazem com meu sorriso,

E as trilhas que guardam meus passos.

Mesmo que eu corra todo o infinito do mundo para encontrá-la,

Jamais alcançaria o seu laço de sonho,

Para guiar-me no seu doce beijo,

E encontrar meu repouso nesse mundo sem fim...

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 15/03/2010
Código do texto: T2140635
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