CARRO DE BOI

No carro de bois em passo lento.

Chuva. Frio, geada e vento

Momentos que pareciam eternidade.

Do sítio para a cidade.

Chiavam as rodas confundia com cantigas

Nas divertidas brincadeiras de rodas com amigas.

Cada fato vem na lembrança.

No meu tempo de criança.

Seis bois se contorciam exaustos

Na estrada de chão vermelho ouvia gritos.

Vamos bois... Gemiam e pulavam as tabuas soltas.

A vara na mão do carreteiro ardia

Cada boi tinha mania.

Transportava carga pesada.

Saia na madrugada.

Os ferros das rodas faziam barulhos

Levantava poeira do chão vermelho.

Como sino dando badalos.

Tempos difíceis, porém belos...

Via o sol raiar e o encanto matinal

O por do sol... Sensacional!

Sacudia o sonho... Pueril

Numa aventura juvenil...

Verdes pastos e paisagem

Fixa na memória a imagem.

Bando de pássaro canta.

Enquanto lentamente o tempo passa.

Segue pelo estradão

Uma rara emoção.

Transportava inquietudes

Afeto e virtudes.

Hortência Lopes

Hortência Lopes
Enviado por Hortência Lopes em 15/03/2010
Reeditado em 16/09/2014
Código do texto: T2139519
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