CARRO DE BOI
No carro de bois em passo lento.
Chuva. Frio, geada e vento
Momentos que pareciam eternidade.
Do sítio para a cidade.
Chiavam as rodas confundia com cantigas
Nas divertidas brincadeiras de rodas com amigas.
Cada fato vem na lembrança.
No meu tempo de criança.
Seis bois se contorciam exaustos
Na estrada de chão vermelho ouvia gritos.
Vamos bois... Gemiam e pulavam as tabuas soltas.
A vara na mão do carreteiro ardia
Cada boi tinha mania.
Transportava carga pesada.
Saia na madrugada.
Os ferros das rodas faziam barulhos
Levantava poeira do chão vermelho.
Como sino dando badalos.
Tempos difíceis, porém belos...
Via o sol raiar e o encanto matinal
O por do sol... Sensacional!
Sacudia o sonho... Pueril
Numa aventura juvenil...
Verdes pastos e paisagem
Fixa na memória a imagem.
Bando de pássaro canta.
Enquanto lentamente o tempo passa.
Segue pelo estradão
Uma rara emoção.
Transportava inquietudes
Afeto e virtudes.
Hortência Lopes