PAI, POR QUE TÃO CEDO?
Parece que foi ontem...
Já se passaram dez longos anos...
Às vezes, me pergunto por que tão cedo?
No início, o sofrimento por pouco não nos dominou...
Já fiquei até de mal com Deus por tê-lo levado.
Hoje, além de filho, sou pai...
Pai de duas lindas meninas...
Porém, o vazio deixado por você permanece.
Uma imensa cratera em meu peito, que o tempo insiste em não cicatrizar.
Tem tanta coisa nova que eu queria te dizer...
Tem tanta coisa que deixamos de falar...
Tem tanta coisa que eu queria te mostrar...
O mundo mudou tanto desde a tua partida...
Mas, talvez você esteja vendo tudo isso.
Talvez, quem sabe, em um lugar muito melhor do que o nosso.
Em um espaço sublime, onde só exista o bem, a paz, o amor e a compreensão.
Onde o egoísmo não tenha lugar,
Onde todos os corações compartilhem um altruísmo verdadeiro.
Mesmo assim, apesar de tudo isso, gostaria de adentrar em uma máquina do tempo e voltar ao passado...
Dar-te um abraço, falar sobre futebol, sobre política, sobre o Brasil e sobre boa parte de tudo que deixamos de dizer.
Pura utopia! Máquinas do tempo não existem,
Que viajemos na imaginação, nas orações e na lembrança.
Se por um lado, o sofrimento deixa marcas profundas,
Por outro, ele torna o coração mais compreensivo.
Atualmente, a tristeza já se foi, deixando em seu lugar uma imensa e imortal saudade.