Energia
Não há explicações para algo tão cruel
Que se depara com a própria luz da plenitude
Mas que endurece pelo resto da vida se desfaz
Em prantos não há como esconder o que já foi
Toda vez que alguém disser que a morte não é
Ó Deus de tantas privações! Senhor da essência
Há de ter criado algo tão inexplicável
Que seja mais forte que as próprias indagações
Sem desejo, sem sonho algo como pele descoberta
Verdade crua e nua sem nem mesmo sentir
E que pecado é esse de se ausentar dessa luz de vida
Recordações inócuas que vão e vêm e nada mais será
Não há nenhum momento que seja de sensações
Que volta e meia se pegam inacabadas
Quando por vezes o caminho se apaga
Talvez as sensações desse coração dilacerado me digam
Que um sim ou não decidem sem pesar uma história
E que tantas vezes essa realidade longínqua
Está mais perto que se imagina; basta um segundo!
Para entender que a morte é mais que essa luz
Sem plenitude há sensações estranhas que circundam
Mais que pensar quando se é e realizar
Vontades de vida sempre há de se fazer
Porque o tempo passa leve e curto
E depois essa energia não há quem saiba dizer o que é