AQUELE CARINHO

Abriu se  a porta da solidão
que foi mudando meu caminho,
longos tempos de escuridão
que fui pisando em espinho,
ficou a sofrer meu coração,
ficou abandonado e sozinho.

Restou lembrança e recordação
daquele amor, daquele carinho,
foi, como se fosse um clarão
que iluminou pouco nosso ninho,
tentar esquece la foi em vão
dizia seu nome bem baixinho.

Hoje, vivo nessa escravidão
por que o destino foi mesquinho,
sou, como um cantor sem violão
ou, como um boêmio sem o vinho,
esse fantasma da depressão
mora comigo, é o meu vizinho.

Peço ao deus da imaginação
para esquece la um pouquinho,
quero ter uma breve sensação
de ser livre como passarinho,
mas a saudade dessa paixão
quer matar me devagarinho.


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 01/03/2010
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