Saudade

Não me fale de saudade

nem de sonhos esquecidos

nem do sim e nem do não.

Só fale de primavera,

de flores, frutos, pondera:

só me fale da paixão

Não duvide do que invento,

eu moro no esquecimento,

por sofrer virei canção.

Acredite no que digo,

seja o amante, seja o amigo,

seja o tempo, a dimensão.

Não me afogue na lembrança,

não me envolva na aliança

que o teu corpo desenhou.

Olha- me só nesse instante

aperte o meu corpo amante:

É de mim o que sobrou.

Não duvide do que eu amo,

eu odeio, adoro e chamo

numa guerra comovida.

Qualquer vento, qualquer flor

frágil passo de um amor

que de amar perdeu a vida.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 28/02/2010
Código do texto: T2112515