NOSTALGIA II

Como se beija um copo de veneno

Para não sentir o lodo na alma

Eu beijo esta manhã cinza

Com o sol fechando as pálpebras.

Amores passados riem no vento,

Cada lufada é um escárnio,

Eu me purifico no insulto

E de supetão abro as janelas

Para além dos olhos.

E para além da alma e corpo

A vingança

De ter beijado a hora passada.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 28/02/2010
Código do texto: T2112170
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