BOLA DE MEIA.
Quanta saudade tenho
Dos tempos que não são mais
Jogos e brincadeiras
Nas ruas e nos quintais.
Dos corações tão pequenos,
Tão cheios de compreesão,
Das peladas nos campos,
Dos pés pisando no chão.
Quanta saudade tenho
Da minha bola de meia,
Que tanto maltratei
Chutando-a de canto em canto
Com certo ar de desdém,
Talvez a querendo bem.
Agora então que vejo
O quanto o tempo levou
Os encantos das pequenas
Coisas que me encantou,
E hoje são só lembranças
Da criança que em mim restou.
E minha bola de meia
Chutei-a Tão longe,
Tão próxima do céu
Que sinto-me hoje julgado
Como homem,
Como réu.
(D`Eu)