Quando sempre acontece

Quando o sol nasce;

quando as nuvens se vão;

quando o céu é puro azul;

quando acaba o dia de trabalho;

quando pego o troco na mão do cobrador;

quando sacoleja o ônibus;

quando o sol se põe;

quando a lua vem acompanhada por sua multidão de luzes;

quando bate uma brisa;

quando estou mais só...

Sempre acontece, sempre!

Quando penso em pegar no lápis e escrever;

quando a ponta quebra e vou apontar;

quando o soneto não sai;

quando a poesia não me visita mais;

quando falta a melodia;

quando tem luar e nenhuma viola chega;

quando preciso de um olhar;

quando meus braços se abrem ao vento;

quando eu me fecho pr’o mundo;

quando finjo nada querer...

Quando é hora de deitar;

quando o sono não vem;

quando sonhos não me preenchem;

quando a noite parece infinita;

quando há certeza que não sai do lugar;

quando é de dezembro a janeiro;

quando ameaço chorar;

quando abro um livro;

quando arrisco tentar;

quando penso em não mais amar...

Sempre acontece, sempre!

Quando vejo a Lagoa da Pampulha;

quando tomo uma cerveja;

quando abro um vinho;

quando apago as luzes de casa;

quando um carro qualquer buzina;

quando ouço o telefone tocar;

quando vejo o Diego¹;

quando toca Capital;

quando ouso cantar “Como eu quero”;

quando acordo pela manhã...

Mas sempre acontece, sempre!

Quando todos os dias eu existo

Quando qualquer coisa eu faço

Você está tão guardado em mim

Que eu sempre te ouço chegar...

Mesmo sem você vir

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¹Diego é um dos meus melhores amigos que sempre esteve presente em meus melhores momentos.

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 22/02/2010
Reeditado em 07/03/2012
Código do texto: T2101233
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