MOSSORÓ EM TEMPO DE FASCINAÇÃO
No disco da sua história
Mossoró deixou gravar
um tempo muito gostoso
com romantismo no ar;
tempo que a todo instante,
apesar de estar distante,
nos obriga a relembrar.
Foi um tempo em que havia
muita paz no coração,
onde a felicidade
pousava com mansidão;
quando placas não havia
e Mossoró dirigia
sem mão e sem contra-mão.
No rádio havia novelas
com emoções pra valer:
Jerônimo, o Herói do Sertão
ou O Direito de Nascer;
tinha Aldenor que fazia
no Bazar da Alegria
o humor prevalecer.
E nas tardes de domingo,
com vitrola a tocar,
havia em todos os bairros
um “assustado” pra dançar;
e lá no Campo da Liga
jogavam com muita briga
Baraúnas e Potiguar.
De camisa volta ao mundo,
calça de linho importado,
calçando um passo doble,
com lancastar perfumado,
se saía a toda hora
com brilhantina glostora,
cabelo bem penteado.
O povo se preocupava
com o açude de Orós;
vibrava na praça do Cid,
ouvindo a mais bela voz;
mulheres botavam banca
na boate Casablanca
e em Luzia Queiroz.
No Pax o vesperal
do domingo era assim:
Roy Rogers, John Wayne,
Rock Lane, Rin-tin-tin;
tinha Tarzan, tinha Chita,
tinha a marca da visita
de Zorro, o espadachim.
Mossoró tinha de tudo
e em tudo se dava um jeito;
a sorveteria Oásis
era ambiente perfeito;
mas quem queria dançar
tinha excelente lugar:
churrascaria O Sujeito.
A alta sociedade
gostava de aparecer,
desfilava com elegância
nos salões da ACDP;
mulheres com leques de rosas,
com laquê, rouge e cheirosas
a Cashemere Bouquet.
Totõezinho e seu conjunto
fazia a animação,
tocava Besame Muito,
Perfídia, Fascinação;
mas pra turma balançar
tocava um cha-cha-cha,
mambo, samba e baião.
E lá no clube Ipiranga
havia festa animada,
pelas Luizas Marilac
sendo bem organizada;
os casais sem lero-lero
dançavam mambo e bolero
até alta madrugada.
Mas veio o relógio do tempo,
e sem ter nossa permissão,
não quis seguir as batidas
deste nosso coração;
nesse descompasso imposto
ficou na boca o gosto
fugaz de fascinação.
No disco da sua história
Mossoró deixou gravar
um tempo muito gostoso
com romantismo no ar;
tempo que a todo instante,
apesar de estar distante,
nos obriga a relembrar.
Foi um tempo em que havia
muita paz no coração,
onde a felicidade
pousava com mansidão;
quando placas não havia
e Mossoró dirigia
sem mão e sem contra-mão.
No rádio havia novelas
com emoções pra valer:
Jerônimo, o Herói do Sertão
ou O Direito de Nascer;
tinha Aldenor que fazia
no Bazar da Alegria
o humor prevalecer.
E nas tardes de domingo,
com vitrola a tocar,
havia em todos os bairros
um “assustado” pra dançar;
e lá no Campo da Liga
jogavam com muita briga
Baraúnas e Potiguar.
De camisa volta ao mundo,
calça de linho importado,
calçando um passo doble,
com lancastar perfumado,
se saía a toda hora
com brilhantina glostora,
cabelo bem penteado.
O povo se preocupava
com o açude de Orós;
vibrava na praça do Cid,
ouvindo a mais bela voz;
mulheres botavam banca
na boate Casablanca
e em Luzia Queiroz.
No Pax o vesperal
do domingo era assim:
Roy Rogers, John Wayne,
Rock Lane, Rin-tin-tin;
tinha Tarzan, tinha Chita,
tinha a marca da visita
de Zorro, o espadachim.
Mossoró tinha de tudo
e em tudo se dava um jeito;
a sorveteria Oásis
era ambiente perfeito;
mas quem queria dançar
tinha excelente lugar:
churrascaria O Sujeito.
A alta sociedade
gostava de aparecer,
desfilava com elegância
nos salões da ACDP;
mulheres com leques de rosas,
com laquê, rouge e cheirosas
a Cashemere Bouquet.
Totõezinho e seu conjunto
fazia a animação,
tocava Besame Muito,
Perfídia, Fascinação;
mas pra turma balançar
tocava um cha-cha-cha,
mambo, samba e baião.
E lá no clube Ipiranga
havia festa animada,
pelas Luizas Marilac
sendo bem organizada;
os casais sem lero-lero
dançavam mambo e bolero
até alta madrugada.
Mas veio o relógio do tempo,
e sem ter nossa permissão,
não quis seguir as batidas
deste nosso coração;
nesse descompasso imposto
ficou na boca o gosto
fugaz de fascinação.