O JARDIM E O BEIJA-FLOR
O jardim e o beija-flor
A Rosa que o beija-flor tanto anseia,
Ou por essência ou por beleza,
Mora bem juntinho do meu peito,
Com pétalas e espinhos a me ferir.
¬- Sede delicado, oh! Beija-flor,
Ao beijar esta tão sensível flor,
Ela tem o galho do teu assentar
E a sombra para o teu repouso,
Vê, ela é a mais linda do jardim.
- Tenho muitos jardins por onde ir.
O que faz tão bela Rosa servil
cá dentro de ti?
Se não for por essência ou por beleza
Em algum espinho podes te ferir.
- Vê-se que não entendes de Rosa
ou de jardim que d’alma pura traz,
Meu pequenino e verde colibri.
O néctar que colhes como essência,
Não tem valor algum para mim.
O rubro que te atrai é beleza
Plangente, tem morte rápida e fugaz.
Mas o que trago dentro do peito
é eterno, e se me fere é por saudade
que aqui bem juntinho do peito jaz.
Vem meu pequenino com tuas asas emplumadas,
Estanca a saudade e leva a tristeza que me trai,
Vai embora com teu rubro lume de entoadas,
Que desse jardim só o perfume da Rosa me atrai.
Leandro Dumont
11/10/2008
O jardim e o beija-flor não são apenas fonte de inspiração, pois quem bebe dessas águas ribeirinhas, demonstra uma sensível paixão pelas coisas simples da natureza e que, sabiamente, os doutos cultivam em suas filosofias e enriquecem os seus espíritos. Tornam-se capazes de admirar, contemplar e apreender aquilo que o homem comum, na sua face, não vê.
Eu também acredito que este alimento espiritual cultiva o que há de melhor no ser humano, transmutando-o em um ser superior e indo além de todas as sabedorias, ele se transforma em AMOR.