Despedida

De autoria do extraordinário poeta Joanyr de Oliveira (1933-2009). Advogado, jornalista, membro da Academia de Letras de Brasília, da Academia Taguatinguense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e da Associação Nacional de Escritores - ANE, entidade da qual foi presidente entre 2007 e 2009.

Despedida:

Novos amigos, não quero.

Nem primos, nem descendentes.

Amizade requer provas

na longa extensão dos dias.

Quanto aos netos de meus netos,

sequer ouvirão de mim.

Quero empedrar-me onde estou,

enraizar-me aqui mesmo.

Como alcançarei o cerne

de outras terras, de outras gentes,

se um relógio fatigado,

em minhas córneas põe fim?

Novos compêndios, pra quê?

Alfarrábios, muito menos.

Virgens metáforas se perdem,

no crepúsculo definham.

Amigos, filhos, cenários,

adeus, para nunca mais.

Uma breve e singela homenagem a Joanyr de Oliveira, falecido no dia 5 de dezembro de 2009.

Tive o privilégio de conviver com o ilustre poeta, durante reuniões na sede da Associação Nacional de Escritores, em Brasília.

Joanyr de Oliveira deixa grande saudade e uma extensa e valiosa obra (em poesia e prosa), que por certo, ficará imortalizada nas páginas da literatura brasileira.

Poeta, durma o sono da paz, na casa do Pai!

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 13/02/2010
Reeditado em 14/02/2010
Código do texto: T2085838
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