Saudade
Rio de Janeiro, agosto de 1990
A saudade mergulha nas linhas
É submersa pelas palavras infindáveis de desabafo
Perde o ar em ondas de mágoa
Afunda com o desapego e a desilusão
Mas a saudade não se afoga jamais
Vem à tona quase morta e respira o ar de sal
É levada à areia e ressuscita com a respiração boca à boca
Que louca saudade, saudade louca
Que se recupera em poucos momentos de carinho e atenção
Agora, reconfortada e tola saudade
Ignora a inconstância das ondas
E só dorme mergulhando no mar