Lágrimas ao vento
Tomo a lira do vento que assobia nos galhos das árvores
E colho dos segredos dos pássaros das folhas secas.
Suspensa, num balanço, sonho com asas multicores
Montanhas altas densas florestas um jardim de flores
Deixo meu pensamento livre ao ocaso
Embaixo os morros as matas as correntezas dos rios.
Agitam-me n’alma teu rosto ainda na lembrança
Um afago em meus cabelos um sussurro noturno.
Assim batendo no coração assim se estendendo
Em que meus olhos somente veem tua figura me abraçando.
Falta-me o ar aperta-me o peito a lágrima desce
E perde-se no vento; não fosse tua despedida
Simularia ser gota de orvalho...