A MENINA DA PRAÇA...

Quando passou pela praça,

ela pulou as poças

e a graça com que fez,

deixou-me ver as pernas da mocinha

na água, na janelinha

que a chuva deixou ficar.

Mas que pernas eram aquelas?

Donas de tanta beleza,

eram as duas, ambas belas

naquele momento, a bailar

Marcaram o chão com a leveza

de quem teme machucar

a terra; com pés pequeninos,

paralelos peregrinos,

balançando pelo ar os cabelos. E algumas

garças cobertas de plumas pousaram para vigiar.

A menina que passou pela praça

Deixando pelo ar tanta graça

Ninguém nunca mais viu passar.