Confetes

Vago no tempo,

espero flores e abraços.

Fecho portas e janelas,

Abro gavetas

onde guardo as cartas

de amores embriagados.

Leio, releio.

Choro tanto!

Vou ao espelho,

seco meus olhos,

murmuro palavras

cortando as sílabas.

Gargalho, danço,

ouço tambores.

Deuses meninos

cantam a alegria

e as dores da África.

Meus lábios sopram

poemas nos muros,

e no vazio da sala.

No corpo deitado,

suores,saudades,

confetes mofados.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 04/02/2010
Reeditado em 04/02/2010
Código do texto: T2069369
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