SAUDADES

(Sócrates Di Lima)

Hoje amanheci diferente,
Cada dia um novo dia pela frente.,
Renovam-se as esperanças da gente,
Numa vista bela que a vida nos dá de presente.

Não sinto saudade de mais nada,
Talvez, nem saudade de outras coisas eu sinta.,
Para não entristecer, pus quase toda saudade calada,
No baú de ontem e a prendi com uma cinta.

Saudade do meu amor!
Ah! Esta não tem jeito.,
Mas, não vou prendê-la seja como for,
Nem tirar este sufoco do peito.

Esta saudade na certa,
Não vai para baú algum.,
Fica aqui, identificada por uma seta,
No meu coração, um lugar incomum.

Hoje não sinto saudade de mais nada,
Nem minhas, vou sair por ai sem destino,
Uma vontade de por o pé na estrada.,
Extravasar minha alma de menino.

Não quero companhia de mais ninguém,
Nem procuro outro amor, não me convém.,
Voar sem asas quero também,
Sentir a vida pelo portal do além.

Não que eu queira voar sozinho, porém,
Hoje, é o que meu pensamento tem.,
Amanhã, quiçá pensarei diferente também,
Contudo, hoje, é o que mais me convém.

Mas, se a saudade do coração escapulir,
E me pegar aqui fora de jeito.,
Continuarei com a saudade a sorrir,
E esta saudade reinará no meu peito.

Pode ser até loucura,
Mas um dia de liberdade não faz mal a ninguém.,
Não é liberdade de alguém, nem aventura,
É o sufoco da saudade, da ausência do meu bem.

Quem não me compreendeu,
Nunca sentiu o tamando da saudade.,
Nem mesmo entendeu,
Que no amor também se tem esta liberdade.

Sair por ai sem destino, apenas com a efêmera liberdade,
Ter na mente do amor, toda responsabilidade.,
Sem macular a fidelidade, sem manchar a felicidade.,
Ir e voltar numa estrada, apenas para estravasar a saudade.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 04/02/2010
Reeditado em 14/09/2010
Código do texto: T2068500
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