ONDAS SÚBITAS
Calcorreando pelos bairros
Meus pés exaustos ancoraram
Às sombras de casuarinas sem jarros
Junto das quais ondas explodiam
Ali chegadas, as ondas espoucavam
E no rebentar das águas cristalinas
O mar cantava minhas sinas
Enquanto meus olhos enxergavam
E eu que por ali passeava
Sem caneta…
Nem papel, apenas com meta…
Nadava nos versos daquela onda
Com a estupefacção já solta
Meus olhos se inundavam
E no ondular da maré alta
Meus sonhos desatados se reerguiam
Na sedução do Relógio-de-Sol
Benguelenses de todas as idades
E vontades deitavam alegrias
Sobre ondas resplandecentes como girassol
Quando não as olhava mais
As ondas se ausentavam de mim
E explodiam no cais
Levando prazeres e dores ao fim
Quando abri-as…
Desvendei que elas traziam
O belo cantar das sereias
E este poema que as acácias queriam…
04/02/2010
ESCRITO EM BENGUELA...