Nao-lugar I
Naquele espaço sem lugar, olhares se perdem
Onde malas se cruzam, caminhos sem fim
Os abraços se encaixam e despedidas ferem
Ver-te partir foi o partir de mim
Onde os passos apressados então não ecoam
Letreiros luminosos mutáveis em instantes,
Carregando em si sentimentos, que soam
De chegar e partir que se alteram, constantes
O caminhar apressado, em atraso, parte
E ao chegar mais perto então deixou
Que dor crescente, sufocante, pranto, arde
Foi dar-te aquele abraço, em que o silencio reinou
E naquele espaço só de passagem
Desgarrar então de ti, sair de teus braços, o tempo correu
Afrouxar enfim o tão apertado laço, seguir viagem
Em teu vôo que subia, foi meu chão que se perdeu.