Nao-lugar I

Naquele espaço sem lugar, olhares se perdem

Onde malas se cruzam, caminhos sem fim

Os abraços se encaixam e despedidas ferem

Ver-te partir foi o partir de mim

Onde os passos apressados então não ecoam

Letreiros luminosos mutáveis em instantes,

Carregando em si sentimentos, que soam

De chegar e partir que se alteram, constantes

O caminhar apressado, em atraso, parte

E ao chegar mais perto então deixou

Que dor crescente, sufocante, pranto, arde

Foi dar-te aquele abraço, em que o silencio reinou

E naquele espaço só de passagem

Desgarrar então de ti, sair de teus braços, o tempo correu

Afrouxar enfim o tão apertado laço, seguir viagem

Em teu vôo que subia, foi meu chão que se perdeu.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 31/01/2010
Reeditado em 31/01/2010
Código do texto: T2061058
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