ADEUS, DONA XEPA!

NOSSOS DEZ ANOS

* 03/07/1993 – + 24/10/2003

Eu não queria você.

De repente, estava inserida em minha vida.

E sem que eu quisesse,

Tomei conta de você.

Não tive arroubos de chamego

Ou de humanos carinhos,

mas sempre lhe tratei bem.

Fomos vivemos juntas,

Assim, sem mais nem menos.

Nada lhe ensinei.

Não sei como nem por que

Aprendeu sozinha

Coisas engraçadas e interessantes!

Brincava de bola com os meninos,

Fazia até um gol eventual!

Ficava em pé à minha volta

À semelhança de crianças

Em busca de afeto.

Por onde caminhava,

Onde quer que eu estivesse,

Você ficava junto a mim.

Cuidei, zelei,

Até conversei.

Depois, de repente,

Essa doença feia deixou

Você fraquinha e alquebrada.

E num dia, também assim,

Tão de repente para mim,

Você já não está aqui.

Não mais os seus latidos de alegria,

Agudos, até irritantes!

Não mais as crianças brincarão com você.

Não vi você sair de minha casa

Para o nunca mais...

Não quis que ficasse rastro algum de você

Para não chorar mais...

Pudesse eu ter amado você

Na mesma medida em que amou a mim!

Adeus, Dona Xepa,

Obrigada pela sua fidelidade,

Obrigada pela sua companhia,

Pelo amor que me tinha,

Adeus.

Rachel

(Eu tive uma quitanda de frutas e legumes e no dia em que saía de casa para inaugurá-la, ela estava dentro do meu jardim. Alguém a colocou ali, porque sozinha, ela não poderia entrar. Era muito pequenina. Tinha uns 15 cm de comprimento! Deixei-a com uma vasilhinha de leite e fui trabalhar. E assim foi ficando... Minha sócia deu-lhe o nome de Dona Xepa. Era preta com a barriga e patas brancas)

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 30/01/2010
Código do texto: T2060062