Correio do coração
São Paulo,treze de Novembro de mil novecentos e setenta,
é manhã...Lá fora cantam de forma tão barulhenta
os passarinhos e o dia começa lentamente a sua rotina...
É manhã..Tudo é igual aos outros dias,somente eu
fiquei parado no tempo(para mim não amanheceu)
a perguntar o por que de tua partida repentina...
É manhã...Abro a janela e o quarto é invadido pelo vento;
como ele,repleto de incertezas voa,voa meu pensamento
repleto de lembranças;bate,bate meu coração que se acelera...
É manhã...Vozes lá fora que se confundem,ruídos,um anseio
no coração,faz com que a tudo eu fique alheio;
e assim será até que finde de teu regresso a espera;
até quando o cantar dos pássaros um dia trouxer
alento à minha vida,pois nem mesmo o perfume sequer
que o vento que invade o quarto traz,sentir eu consigo.
Sabes bem que eu te amo e o quanto este amor me envolve;
arranca-me o coração mas por favor me devolve
a outra parte de mim que ontem levaste contigo...
É manhã,e tudo em volta em só tristeza se resume;
voa pra longe pensamento,chora coração num só queixume;
e assim será(até não sei quando)do meu viver a rotina...
Eu sei que também me amas,porém por mais que me ronde
a felicidade deste amor,peço-te por favor me responde
à minha pergunta:por que esta partida repentina?...