Quando os sonhos ganham asas
Quando os sonhos ganham asas
Nosso interior se liberta,
E fantasia desperta
Anseios adormecidos;
E os desejos reprimidos
Ante a voz do consciente
Voejam ao transcendente
Numa onírica viagem,
Portando como bagagem
O futuro do presente.
Quando os sonhos ganham asas
Alçam voos condoreiros:
São os etéreos luzeiros
Dos impulsos da libido;
O irreal é concebido,
E as imagens virtuais,
Transpondo novos umbrais,
Concretizam o imaginário
Num sensitivo cenário
De dimensões siderais.
E meus sonhos quando voam
Partem sempre ao teu alcance,
Levando a crer, num relance,
No intuísmo da vivência,
Que é real tua existência;
Mas num átimo, a magia
Desencanta a fantasia,
E desperto então me ponho,
Vendo que apenas foi sonho,
Pois a cama está vazia.
Jorge Moraes - Livro: Quando os sonhos ganham asas