Saudades de outrora

Ah, saudade, só tu pra matar-me aos beijos.

Ontem, ao despertar, senti o cheiro da terra molhada,

o gosto do pão, a relva sobre meus pés.

Senti o calor dos braços da minha mãe, a textura do velho cobertor, que,

já surrado pelo tempo, gardava-me em sonhos.

Do alto do pé de manga, o suco, em minha boca escorria, as folhas caiam,

o dia já estava para acabar.

Oh, lua, já que, es tu, insaciada pelo tempo, não deixes que eu cante

os lamentos, da vida que hoje, tão sofrida, tenho que carregar.

Aonde foi as horas que esguiavam-se imploridas para o dia não acabar?

Israel Cintra
Enviado por Israel Cintra em 22/01/2010
Código do texto: T2043961
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.