Saudades de outrora
Ah, saudade, só tu pra matar-me aos beijos.
Ontem, ao despertar, senti o cheiro da terra molhada,
o gosto do pão, a relva sobre meus pés.
Senti o calor dos braços da minha mãe, a textura do velho cobertor, que,
já surrado pelo tempo, gardava-me em sonhos.
Do alto do pé de manga, o suco, em minha boca escorria, as folhas caiam,
o dia já estava para acabar.
Oh, lua, já que, es tu, insaciada pelo tempo, não deixes que eu cante
os lamentos, da vida que hoje, tão sofrida, tenho que carregar.
Aonde foi as horas que esguiavam-se imploridas para o dia não acabar?