SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
Abro a janela do meu quarto,
Debruço no para-peito.,
Olho a vida la fora, um fato,
Minha vida aqui dentro náo tem jeito.
Meus olhos fitam o horizonte,
A saudade aumenta o seu volume.,
Sons dos ventos é fonte,
Do meu sutil queixume.
A saudade não tem jeito,
Quando menos espero, ela chega.,
Me dá um nó no peito,
E minha tranquilidade pega..
Lá fora qualquer corpo caminha,
Segue talvez sem rumo.,
Como a saudade que antes tinha,
Agora maior, é o meu consumo.
Lembro-me dela e do seu sorriso,
Lembro-me dela e do seu olhar.,
Lembro-me dela no paraiso,
Esperando meu corpo para amar.
Não é só o pensamento,
É a comunhão de todos os meus sentidos.,
Ë a leveza plena do meu sentimento,
De amor por ela, desejos tantos queridos.
A saudade me pega, quase desprevenido,
Nem imaginava, pensar nela assim.,
A tarde desmaiava em tom despercebido,
Mas de repente, um pensamento trouxe Basilissa para mim.
E de saudade eu me desmancho,
Me perco e me desaba.,
Me restabeleço, me rencontro, um gancho,
É no amor e na saudade de Basilissa que me acaba.