JULIA ESTÁ CHORANDO !
Logo pela manhã,
A noite insone levou-a ate a praia.
Na busca do nascer do sol,
Para sentir a claridade,
Que seus olhos pediam.
O tom alaranjado na face,
A imponência do rei,
Que se ajoelhava aos seus pés,
Não era suficiente e nem capaz,
De apaziguar aquela alma,
Que derramava pela fonte,
Cristalinas lagrimas,
Que sorviam ao chão,
A pequena semente,
Que suplicava uma gota d’água,
Para seu desenvolvimento.
As ondas, as nuvens...
Interromperam sua caminhada,
Como a espera do suspiro de Julia.
Julia está chorando!
Naquele momento,
Seu pranto dominava a natureza.
Era um pranto suave,
Silencioso, que inundava
O mais profundo abismo.
Havia necessidade dessa interrupção,
Para que esse lamento fosse ouvido.
O mar receberia esse chamado,
E o levaria para mais longe possível.
O vale do eco não seria seu parceiro,
Nem tão pouco trombetas iriam anunciar,
A identificação daquela alma,
Que se manifestava.
Julia está chorando!
Deixem-na chorar.
Suas lagrimas já conheciam o caminho,
Seus rios iriam abastecer-se,
E transbordariam.
Deixem-na chorar,
Para que ela se acalme,
Para que sua alma ingênua,
Conheça o sentido do choro.
Julia está chorando!
Deixem-na chorar.
Di Camargo, 18/01/2010