R e m i n i s c ê n c i a s II
R e m i n i s c ê n c i a s II
Lembraste ainda dos dias de tua infância
Em que brincavas despreocupadamente
Havia em ti sonhos e candura de criança
Despontando para o mundo ternamente
Imprevidente deténs a própria fé
Entre abrolhos e acúleos espinhos
Semente plantada à beira dos caminhos
Parábola dos homens de pouca fé
Se carregas o gérmen da esperança
Não o deixes cair à beira do caminho
Prossegue, enxuga a lágrima em cada ninho
Verás brotar a semente da bonança.
Servindo ao próximo a sobra recamada
Qual migalha de amor e de conforto
Plantada com suor no próprio horto
Terás frutos, flores, sombra na latada
Na oferenda em que te torno mensageiro
Pensa na aflição dos de alma consumida
Que vagueiam pela vida sem dinheiro
Para comprar uma migalha de comida!
Sejas tu o alvissareiro a dar guarida
Aos que choram escura sorte no caminho
Enxugando uma lágrima em sua vida
Balsamizando de amor o seu espinho!
É ajudando que sentirás de perto
A luz resplandece, o caminho certo
Iluminando as sombras da procela
Levando a cada alma a grande esperança
Como raio de luz e de pujança
Penetrando no amor que se desvela.
São Paulo, 19/04/77
Armando A. C. Garcia
E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br