O QUE O POETA SONHOU

Revendo lembranças, de longos dias,
quando no sangue ainda, tinha as poesias,
hoje lendo, é saudades, que o poeta sonhou.
Quem sabe, seriam páginas de uma triste vida,
que guardadas estavam, numa página esquecida,
vejo que as rimas, para terminar não encontrou.

E assim, sempre, foi murchando minha flor,
e ví também, se calando um trovador,
e aos poucos, foi findando minha poesia.
Tal qual foi, uma esperança em vão,
chegando a ficar sem um fim, uma canção,
tirando me todo o prazer, que tanto queria.

Como morre, lá no campo uma siriema,
morreu tambem, a rima para o poema,
triste, como a árvore que perde um seco galho.
Só não morreu uma lembrança querida,
que sempre alimentava a minha vida,
que sempre cultivei, molhada pelo orvalho.

Ajudou me a escrever essa poesia, a grande poetisa Angélica Arantes.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/01/2010
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