Na pele... eu
Ainda lembro-me daquela noite fresca na qual era alguém
Tenho ainda em minha mente o seu colo claro
Sua nuca tensa e o seu peito duro
A saudade traz a minha esfrega lenta em seu corpo
Ataquei suas ancas como um faminto fosse
E não deixei os mamilos à vontade em minha boca
Sinto um leve arrepio quando cai na memória as curvas pelas quais passei
Peguei-me acariciando a parede e senti o seu peculiar perfume
E fui me afundando nos rios e detalhes que contornam o seu perfil
Minha falta é tão grande que um vulcão aceso queima em mim
Uma chuva fria bate o tempo todo atropelando o meu rosto
E meu estômago parece estar no lugar errado
Tenho falta de sua boca larga e doce
Um desespero incomum traz sobre a minha face os seus imponentes cabelos
Uma agulha se encontra debaixo de minha unha seca quando penso em nossa distância
Como é bom lhe tocar e pegar da forma que só você sabe
Como é divertido ouvir sua voz e senti-la como o vento que somente eu sei
Como é bom estar dentro de você e tê-la em mim, sentimento que só Deus sabe
Atormentado lá vou eu feroz e com saudade de sua pele espelho meu
Amaciado pelo tempo espero-te para sempre no local mágico que ergui como um castelo em mim
Mesmo que no fim eu corte o meu corpo e busque nele o cheiro que a saudade não deixa se esvair.