DESENHANDO A SAUDADE
Com traços de ouro desenhei seus lábios,
Com fios da mais pura seda
Consegui delinear sua beleza.
Era só fechar os olhos que via seus traços...
Meditei sobre a perfeição de suas curvas,
Senti que sua pele era a própria natureza
Em sua forma selvagem e pura...
Eu, diante de seus olhos, era só a presa!
No desenho que fiz, deixei minha saudade,
Fazendo o sombreamento necessário
Para a luz do seu rosto me dar claridade
Enquanto a saudade quer o contrário.
Enquanto meditava sobre a perfeição
E olhava o desenho que estava fazendo,
Lembrei-me do toque macio de sua mão...
Foi quando senti a dor me corroendo.
Em meu desenho eu poderia colocar a perfeição
De todas as curvas, de todos os seus traços...
Mas, se não pude sentir o toque de sua mão,
Como poderia sentir o gosto de seus lábios?
E o desenho saudoso e falho que comecei
Volta para a gaveta do meu coração,
Onde eu sempre o deixarei,
Mesmo enquanto lido com a solidão!