A MORTE SE APROXIMA
Já se passou tanto tempo
Eu aqui a pensar
O por que todos
Resolveram me abandonar;
Vivo só, numa casa humilde
Com um cachorro amigo
Queria que meus amores
Viessem viver comigo;
Meus movimentos são lentos
Minha audição é falha
Já perdi a conta de quantas vezes
Me cortei com a navalha;
Tenho as mãos trêmulas
Minha visão é deficiente
Guardo os dentes num copo
E estou sempre doente;
Sei que a morte está próxima
Mas não fugirei
Vou estar preparado pro chamado
Quando ela vier dizendo: “Cheguei!”