A BEIRA-MAR
A BEIRA-MAR
Saudade! Direi saudade extensa:
De seu olhar, de seu corpo, sua presença.
Foram dias distantes daqui,
De você, das flores, do nosso jardim.
Lá onde eu estava sem você,
Vi o mar chegar á praia.
E lá no céu vi pipas e raias.
Vi à tarde aos poucos adormecer.
Veio à noite com tempo nublado.
Muita gente acomodou-se ao meu lado.
A beira-mar meus pés estavam molhados.
Muita gente e eu com o silêncio abraçado.
De repente a orla explodiu em cores.
Ouvem-se estrondos, gritos: feliz, feliz!
Namorados, amigos, outros amores,
Abraçam-se, tocam-se, pedem bis.
Olhei o céu, a lua não estava no momento.
Soberba, deu lugar ao brilho dos rojões.
Ouvi músicas, sinos e canções.
Senti você em meus pensamentos.
Busquei nas estrelas sua miragem
E vi dois mil e dez pedindo passagem,
Deixando dois mil e nove bem distantes,
Assim como eu de você naquele instante.
Concluiu-se a passagem. Ano novo chegou.
Um pedaço de lua apareceu e o saudou.
Sua luz abriu um rastro no mar
E senti na outra ponta você a me acenar.
Benjamines