passa tempo

Passa tempo

Do que posso me lembrar

Sem fossar muito a cabeça

Coisas que passam pra acabar

Vou escrever antes que esqueça

Do barreiro de Mané nascimento

Da ladeira do alto da careta

Da fila educada de jumento

Carregados parecendo uma carreta

Da maternidade, a castanhola

Mas se livrasse da carreira

No caminho da escola

A catinga da bueira

Do Doidinho, que se passava por mudo

De Raú e também do Boi

Do cercado do Bicudo

O Bom tempo que se foi

Era das almas a água boa

Negro grande, Zuza e Galega boa

Da usina, os fardos de algodão

Chega doer o coração

Do abacaxi em rodelas

Das Menininhas mais belas

Do azul e do encarnado

Na praça de seu arnaldo

Brasília, em 19\10\2009