Mãe Adélia

Nas folhas escritas rolando no tempo, um dia

a alma se resgata da vida.

Beber na fonte dolorosa da morte é inevitável.

O coração ferido sofre cansaços repetitivos.

Pela dor.

Antes se foi o consorte.

Agora, desolada pela solidão enfraquece e vai-se;

silenciosa.

No mesmo silêncio que se fez companheiro.

No lugar da voz...

Houveram-se apenas os descansados suspiros

quantitativos.

Sequer ouve o clamor de quem fica, ou esboça

algum sinal de saudades.

Num torpe esquecimento, há um abandono da vida.

E dorme em Paz.

De tudo que foi...

Feliz de quem de ti teve o amor.

Na simplicidade pura de um anjo de candura

Das pétalas de uma flor.

Foste calma, simples e sempre bela.

Sempre foi e será sempre, a nossa mãe ADÉLIA