SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
A chuva "ba"te la fora,
Querendo entrar pela vidraça.,
É a saudade que ela traz agora,
Gotas de chuva viva que não se disfarça.
Como se querendo me alcançar,
Em voz silenciosa, a chuva me chama la fora.,
Se pela janela não consegue passar,
Eu vou lá, me banhar, meu coração implora.
Mesmo que o frio arrepie minha pele,
Não me curvarei aquela vontade.,
Sou mais eu, minha vontade, o arrepio repele,
E vou me lambuzar nesta saudade.
Que me inunde o corpo a água da chuva,
Que me afogue se eu merecer.,
É água que não tem a cor turva,
De cristalina, aguça o meu querer.
E correndo me lanço numa perigosa escada,
Não me importa o que pode acontecer.,
Me importa é a"b"raçar a chuva como se fosse minha namorada,
E nos braços dela, fazer o amor acontecer.
Assim, esta chuva não será tão fria,
Nela está o calor e a ternura do meu "b"em querer.,
Que me importa se é noite ou dia,
O que eu quero é nos braços de "Ba" me perder.
E nesta manhã que a chuva me chama,
Para dançar com ela, a melodia da saudade.,
Eu vou, não hesito, nada apagará esta chama,
Pois, nela está, o colorido vivo da felicidade.
E, minha alma sabe, que o dia apenas começou,
Meu coração sabe, que todos os sons desta cidade.,
Trazem o som da beleza que o amor me renovou,
O som da chuva, que só o meu coração faz ouvir esta saudade.