O mar...

Não sei por que é tão profundo.

Nos brilhos vagos do reflexo encanto

Narra meu magoado desencanto

Que desperta em mim um desejo infecundo

Traja-se de verde, azul ou negro manto.

Que na sina branda do luar tardio

Acende o fogo que desperta o canto

Do mais puro pássaro, porém vazio

Longo dia. Dorido verso

Em que desfalece o trepido imerso

Nas águas velhas da solidão morta

O mar. traz as ânsias de outrora

Em que as lágrimas trêmulas da minha memória

Conheceram o medo no véu da azulada ourora