Motivo Único
Sem você,
Não entendo o porquê.
São facetas estranhas,
Coisas que no limiar da vida,
Surgem como chuvas de verão.
Sem você, entre tantas,
A importância ressoa na validade,
Sem questões ou motivos privativos.
Sem você nas horas prementes,
No vago que o céu deixa...
Sem estrelas, sem lua,
Na presença fúnebre da solidão.
Sem você quando o céu da boca é seco,
Quando a menina dos olhos se afoga,
Paradoxo estranho do tédio.
Sem você saída sem saída do banho,
No envolvimento da ternura ao sexo.
Sem vida, sem nada,
Na importância de amanhecer,
Também sem razão,
Nem procuras, nem achados.
Sem voltas na glória do fracasso,
Retorno ao berço legítimo dos derrotados.
Sem fins, princípios
Votos de congratulações pelos feitos,
Tão soltos e desfeitos
Como a liberdade humana
Que passa, sem perceber gente,
Gente que ainda saboreia o amor,
Mesmo que venha só através da palavra,
Quando a boca foi tão amada
Como a importância de viver
Se não houve incoerência no texto
Desta forma sem você.