MASTIGANDO SAUDADES
Tento amanhecer meu pensamento
Mas a lua, debilitada, não permite
Seu brilho desmaiado em mim insiste
A despertar todo o meu sofrimento
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Rolo pela cama; estática madrugada
Mastigando a saudade que não cessa
Imploro à lua: vá embora, vá depressa
Muito preciso da minha cama iluminada...
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Mas a lua dessa vez não quis me ouvir
Parou no céu, numa atitude tão estática
Acontece que eu perdi a minha prática
De mastigar saudades tuas sem engolir...
(Lena Ferreira)