Nostalgia
Antes que a tarde se faça presente
Divaga saudosa a minha mente
Lembrando um passado dormente
Como névoa que povoa meu pensamento
Recordo a infância como um alento
Capaz de curar a ferida do distanciamento
Não vejo mais minha mãe no quintal
Estendendo as roupas no varal
Após terminar sua labuta matinal
O pintinho amarelinho que era meu
E com os meses passando cresceu
Também no tempo se perdeu
Perderam-se os primos brincalhões
O pique-esconde e os empurrões
As brincadeiras e as confusões
O abacateiro tão alto e frondoso
Com um ar simpático e bondoso
Presenteando o seu abacate apetitoso
Um cheiro delicioso de jasmim no ar
Vindo do colorido jardim do lugar
Que vovó plantava e me deixava regar
Não vejo mais a casa e seus habitantes
Somente fantasmas e recordações inebriantes
Que às vezes povoam minhas memórias mais distantes
PS: Saudades do tempo em que era criança e morava na Ceilândia-Norte-DF. Ha se o tempo pudesse voltar atrás...