Pátria dos sentimentos
Pátria dos sentimentos
Alguns sentimentos guardamos
Outros quem agasalha é o coração
Quando é da saudade que falamos
Fica represada na nossa solidão...
Alguns urgem que sucumbir
No mais denso que há em nós
Outros de certo hão de submergir
No abissal indizível da dor atroz.
Há uma ânsia aprofundada
Humano, inclemente fustigo.
Há uma alma a vagar agoniada
Rogando paz, diminuto abrigo...
Decorrências da falta infinda
De um tempo que ficou atrás
Sentimento frugal, latente ainda.
Saudade é dor que não se desfaz...
Por isso chora o corpo apartado
Queixa-se o espírito em tristeza
Lastimando ao que foi mutilado
Saudade: destronar da vida a realeza...
Lugares inúmeros, casa dos sentimentos.
Distintos, parcelas vívidas da emoção.
Só a saudade e seu preenchimento
Habita o todo da alma, corpo e coração.