Fronteira das saudades

Ah, quanta saudade!

De ouvir o grito de mamãe

Na soleira da escada

Ecoando pelo imenso quintal

De sentir o cheiro de café torrando,

Misturando o sentir

Com a massa sovada

Para o preparo do costumeiro

Pão de casa.

Do tiritar da panela

Espremendo se na pressão

Entoando no braseiro

Com a fervura do feijão.

De correr no vilarejo

Pelas ladeiras sem sossego

Ir e vir e voltar...

De ouvir pelas manhãs

Timbres diferenciados

Dos galos alvoroçados

Espreguiçando e despertando

As colônias adormecidas

Arrefecidas pela madrugada.

De ver nos horizontes

As cores avermelhadas

Ao som das toadas

Embaladas por meu pai.

Ah, quanta vontade!

De tu felicidade,

Que deixei na fronteira

Das minhas saudades.

...........” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 07/11/2009
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