Fronteira das saudades
Ah, quanta saudade!
De ouvir o grito de mamãe
Na soleira da escada
Ecoando pelo imenso quintal
De sentir o cheiro de café torrando,
Misturando o sentir
Com a massa sovada
Para o preparo do costumeiro
Pão de casa.
Do tiritar da panela
Espremendo se na pressão
Entoando no braseiro
Com a fervura do feijão.
De correr no vilarejo
Pelas ladeiras sem sossego
Ir e vir e voltar...
De ouvir pelas manhãs
Timbres diferenciados
Dos galos alvoroçados
Espreguiçando e despertando
As colônias adormecidas
Arrefecidas pela madrugada.
De ver nos horizontes
As cores avermelhadas
Ao som das toadas
Embaladas por meu pai.
Ah, quanta vontade!
De tu felicidade,
Que deixei na fronteira
Das minhas saudades.
...........” Catarino Salvador “.