Insídia da Vida

Olhou o retrato e lembrou-se bem daquele rosto.

Como algum dia conseguiu esquecê-lo?

Sentiu o peito apertar de saudade, e aquela imensa vontade

De outra vez revê-lo.

Aquele rosto que já foi tão presente.

O que é que aconteceu de repente, pra torná-lo assim inexistente?

O mundo girou novamente, e o tempo consumiu dirigente.

Lembrou-se de tudo que juntos aprontaram.

“nunca separar-se” foi o que juraram.

E todas as promessas onde se alojaram?

Pra onde se descolacaram?

Resignaram.

E pensou: que vida sacana!

Traz aquela pessoa bacana, aquela que se ama.

Promete sonhos e propagandas de porcelana.

Depois desengana, joga tudo na lama.

Ainda lança na face o que é gana.

E tudo que resta é apenas lembrança.