Lembrança de uma noite
Lembro-me daquela noite
Que te assentavas no peito
Um silêncio tão perfeito
Sentia ternura no açoite...
Palavras... Olhares... Gestos...
Insegurança... Torpeza...
Silêncio... Ânsia... Tristeza...
Cão contente com os restos...
O olhar que era doce agora
Só me é desejo mais distante,
Parto solitário errante
Por tristes ruas, na aurora
Da alva manhã silenciosa
Lobo em pele de cordeiro
No mundo vão passageiro
Padece com uma rosa
Debruçada sobre o peito!
Ó rubra rosa de um sonho
Tão tardio que lhe componho
No horizonte já desfeito.
Lembro-me e cai o vão pranto
De quem amou em demasia,
Mas lhe voara na ventania
Trouxe pouco!... Levou tanto!...